Relato de atividade em sala de aula

REFLEXÃO, CRITICIDADE E FORMAÇÃO DOCENTE

Ilha das Flores
16/12/2009
Geografia
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Ivone Maia de Mello



Dentro do tema proposto, na formação docente dos licenciandos em Geografia, da Universidade Estadual de Feira de Santana - BA, na disciplina Psicologia da Educação, utilizamos o vídeo como provocação inicial da reflexão e análise crítica de nossa realidade, do papel social do educador e das implicações de uma postura crítico-reflexiva do docente e da possibilidade de levar esse exercício reflexivo aos alunos nas escolas. O entendimento do assunto foi potencializado pelo uso do vídeo, assim como pudemos explorar os aspectos interdisciplinares e ligados à área específica do curso de Geografia. O aproveitamento da disciplina refletiu isso no acompanhamento da produção em aula, na assiduidade dos alunos e na produção escrita final.

Leitura e discussão do texto: SCHÖN, D. Formar Professores Como Profissionais Reflexivos. In: O Professor e sua formação. Nóvoa, Antonio. Temas de Educação.1 Lisboa: Publicações Dom Quixote,1992. Levantamento dos elementos que caracterizam uma formação docente numa perpectiva crítico-reflexiva, e da relação com a prática pedagógica na área de Geografia. Apresentação do vídeo em sala, a partir do DVD adquirido previamente no site curta na escola: ILHA DAS FLORES. Discussão do vídeo, ressaltando a compreensão que cada educando teve dos diversos temas incluídos, sua característica interdisciplinar, as provocações e problematizações que levam ao exercício reflexivo e crítico da realidade e as possibilidades de uso em sala de aula, para trabalhar temas de Geografia com o obejtivo de levar o aluno a pensar e perceber as contradições existentes, refletindo sobre sua realidade local. Elaboração de um plano de aula, em que utilizando o vídeo ILHA DAS FLORES, seja possível trabalhar um tema do conteúdo de Geografia, levando os alunos à reflexão e contribuindo para a a construção de um olhar crítico sobre a realidade vivida. Apresentação, numa roda de diálogos, dos planos e idéias, comentando a experiência de repensar a docência, assumindo uma perspectiva crítico reflexiva em sua construção. Discussão da proposta e argumentação contrapondo o modelo tradicional de educação, em que os ssberes são transmitidos passivamente, chamados por Paulo Freire de "educação bancária" e uma postura participativa, crítico-reflexiva, seus limites e possibilidades.

Um primeiro resultado, foi que o anúncio de que a leitura do texto e sua discussão seriam uma etapa prévia a um trabalho com um vídeo provocou uma reação animada na turma que procurou se envolver com o tema e retirar do estudo os elementos mais significativos para a atividade que se realizaria em seguida. Eles estavam afiados no dia da apresentação do vídeo, pelas leituras e discussões anteriores. Assistiram animados ao vídeo, e ao final alguns minutos em silêncio mostravam um certo estado de surpresa e choque com a dura realidade mostrada pelo vídeo, assim como pela percepção imediata de que aquela realidade era parecida com a que nos cerca. Uma roda de diálogos foi aberta e os comentários entusiasmados se multiplicavam. Reflexões sobre nossa realidade, junto com algumas primeiras idéias de como o vídeo se relaciona a tudo que vão ensinar em sua área. Temas como lixo, espaço urbano, desigualdade social, relações de consumo, exploração, dignidade humana, entre outros foram emergindo das discussões. A reflexão do papel social da escola de formar uma consciência cidadã e de promover o desenvolvimento da capacidade reflexiva nos alunos, e do papel do professor como mediador desse desenvolvimento. As propostas elaboradas foram trazidas na aula seguinte e pude fazer comentários, pedindo que procurassem detalhar os passos de como fariam, para que pudessem perceber como a possibilidade de levar os alunos à reflexão estava diretamente implicada na forma como conduziam a proposta. Após a devolução com comentários, as propostas foram colocadas em seus portfólios e muitos que já estão ensinando, sinalizaram a intenção de levar para a sala de aula a idéia. Algumas questões relativas ao acesso ao material foram colocadas, pois nas escolas não existe acesso à internet em sala de aula e não dispunham do vídeo. Informei que poderiam conseguir um exemplar do vídeo entrando em contato com o site.