O filme Ilha das Flores, documentário realizado em Porto Alegre, foi trabalhado nas aulas de Ciências com o intuito de refletir sobre a importância de reduzir o lixo, de reciclar e reinventar. Visamos também a identificação da desigualdade social presente no nosso contexto, local e brasileiro, em que a sociedade de consumo produz riqueza, miséria e fome, acarretando grande número de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza e acúmulo de capital para uma parte restrita desta mesma sociedade. Buscamos o reconhecimento
de que, além de não terem o mínimo necessário para viver, as pessoas enfrentam doenças e
conseqüências da má alimentação e da falta de saneamento básico, entre tantos malefícios causados pela não separação e utilização das sobras do que se produzem e consomem.
Após assistirmos o documentário, foram realizadas várias discussões em que identificamos as relações dos fatos apresentados e os problemas sociais enfrentados atualmente. Com este entendimento, os alunos construíram histórias em quadrinhos e cartazes apontando sugestões de ações para a mudança da realidade identificada.
Para culminar o trabalho, suas produções foram expostas na escola e apresentadas para os alunos de todas as séries.
Na Ilhas das Flores, são poucas as flores, mas são muitas as pessoas que passam o dia catando aquilo que não serviu nem para os porcos se alimentarem. Entendemos que há necessidade de mudança urgente, com projetos de redistribuição de renda, geração de emprego, investimento em educação e saúde.
Nosso trabalho, em passos curtos, porém sólidos, contribuiu para esta mudança, onde os alunos se tornaram mais comprometidos em cuidar da escola e melhoraram as relações interpessoais. Através da socialização das produções, proporcionamos para os colegas da escola momentos de reflexão a partir de um conhecimento por nós pensado e reelaborado, que certamente será multiplicado por cada um nas relações estabelecidas no dia-a-dia na escola, na família e na comunidade.
