Relato de atividade em sala de aula

NOSSA ILHA NÃO TEM FLORES

Ilha das Flores
16/10/2008
Biologia, Geografia
Ensino Médio
150
adriano R. S. De La Fuente



Discutir o mundo do consumo, da desigualdade, do lucro, das divisão de classes etc. Compreender os aspectos sociais resultantes de uma má distribuição de renda.
Relacionar à questão do consumismo desenfreado, bem como o resultado disso - o LIXO - que para muitos tem outro significado,
sobrevivência!
Discutir questões relacionadas como o processo de globalização, relações de poder no espaço geográfico e diversas formas de apropriação do espaço urbano.
Discutir sobre o processo de Industrialização de produtos, relacionando com a apropriação das riquezas produzidas, causa e consequência.
Atentar para as relações de subordinação, justiça e injustiça, desemprego, poluição e meio ambiente.

Tema da Aula: Desigualdade & Globalização Fase I - Introdução: 06 minutos discutindo em linhas gerais sobre os objetivos do curta "Ilha das Flores". Entreguei uma ficha com algumas perguntas básicas para serem lidas, respondidas em casa e entregues no próximo horário (organizando assim para que prestassem mais atenção ao documentário). Fase II - Exibição do filme - 12 min. - Observei muita atenção dos alunos (provavelmente devido ao tema é abordado, bem como a retórica rápida e dinâmica própria do documentário.) Fase III - Após visto o filme - 5 min de discussão através da qual, ora regionalistas, ora socioambientais, percebi que os alunos estavam ansiosos por um espaço para colocar seu posicionamento. Abri espaços aos que queriam falar e a grande maioria tinha algumas considerações a serem postas. Muitos dos argumentos basearam-se em conceitos teóricos da Biologia, da Sociologia, da Geografia, Filosofia, levando a uma discussão interdisciplinarizada, envolvendo os professores presentes. Desse modo percebi que todos os objetivos foram atingidos profundamente. Conseguimos outra aula para rever o documentário, agora com uma foco maior nas discussões realizadas. Consequentemente os alunos foram mais críticos quanto a alguns elementos incutidos na fala do autor.

Destacando os aspectos educacionais e lúdicos, pode-se mencionar que a visão crítica do documentário "Ilha das Flores" trouxe uma série de posicionamentos. O interesse do aluno passou a ser a força que comanda o processo da aprendizagem e as descobertas foram o motor para se produzir o conhecimento. Me senti um gerador de uma determinada situação, como estimulador no processo. Nesse sentido percebo que os aspectos lúdicos funcionam como um jogo educativo e se tornam importantes na medida em que estimulam o aluno a pensar criticamente. Acabei que me encontrando, pois, me vi um medidador e não um transmissor de idéias e teorias, fazendo-os meros reprodutores... Importante, pois, me senti bem! Os alunos muitas vezes se vêem em situações parecidas, visto que a maioria dos alunos são de bairros da periferia de Uberlândia MG. Acompanhando o destino de um tomate, desde a plantação até ser jogado no lixo, o filme Ilha das Flores, mostra uma região miserável em Porto Alegre, mas que pode estar na próxima esquina, no nosso bairro, ou até mesmo fazer parte da realidade do cotidiano de alguns alunos. O documentário me inspirou a criar um projeto chamado "Alimente a idéia da Reciclagem": os alunos trazem material reciclável para a escola, juntamos, vendemos e retornamos o dinheiro em forma de merenda (o estado não oferece merenda para o ensino médio). Sobre essa idéia, em uma outra oportunidade, eu pretendo expor seus resultados. Enfim, os alunos sairam muitos satisfeitos e mais críticos, desse, breve, porém importante encontro!