Exercitar o pensar filosófico a partir do espaço da escola e dos conceitos tormentos-felicidades.
Re-conhecer e re-descobrir a poesia como expressão dos sentimentos humanos e a fotografia como grafia, marca possível da sensibilidade.
Compartilhar o espaço-escola em sua potência que, a partir do reconhecimento de valor e identificação, torna-se lugar.
Buscamos dialogar os debates gerados após a sessão do curta "Pequenos
tormentos" com a leitura de fragmentos e textos do livro Felicidade
Clandestina, de Clarice Lispector, e redirecionamos o conceito central
do material inicial, do eixo tormento ao eixo felicidade. Nossos
estudantes foram provocados ao pensar filosófico. Há, para além dos
tormentos, pequenas felicidades na escola? Quais seriam? Passamos ao
momento no qual, individualmente, eles responderam as questões e as
registraram através de fotografias. O material foi editado e tornou-se
um livro, encaminhado para produção. Livro-testemunho do pensar
infantil sobre a escola; livro-poesia dos olhares múltiplos sobre esse
espaço onde o povo-criança habita; livro-descoberta da palavra, da
singeleza da felicidade.
O reencantamento com o espaço escolar, mesmo após um estranhamento do "nada-há-de-bom" inicial foi a maior herança desse projeto. Os estudantes sensibilizaram seu olhar, singular e coletivamente, e demosntraram afeto àquela porção espacial vivida, dotando-a de valor e assim revertendo-a ao que denominamos geograficamente lugar. Autonomia, criatividade e ampliação da linguagem, bem como o entendimento de seus mecanismos e possibilidades, foram outras "habilidades" tecidas com esse projeto. A felicidade cotidiana ganhou vida.
