Caro professor, a coleção de vídeos “Mulheres na história” apresenta a biografia de mulheres importantes para a história. O episódio “Bertha Lutz” pode ser trabalhado nos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental para discutir sobre a luta feminina e a participação da mulher na política.

Antes de tudo, cabe a você, professor, fazer uma contextualização histórica para que os alunos possam assistir ao vídeo com conhecimentos prévios sobre:

- o Brasil e o mundo no início do século XX;

- movimentos sufragistas na Inglaterra;

- luta feminina por direitos no Brasil;

- dentre outros.

Bertha Lutz nasceu em São Paulo no final do século XIX. Filha de uma enfermeira inglesa e de um cientista brasileiro, seguiu a área e graduou-se em Ciências Naturais em Paris.

O seu contato com os movimentos sufragistas na Inglaterra em prol do direito da mulher votar e ser votada contribuiu para o seu engajamento político e social no Brasil a partir de 1918. Bertha Lutz foi uma forte influência na luta pelos direitos políticos das brasileiras que não podiam votar e se divorciar.

Em contato com a imprensa, ela falou sobre igualdade humana na coluna “Cartas de mulher”, que tinha o intuito de incentivar a revolta dos brasileiros contra o machismo e o patriarcalismo.

Em 1912, Bertha Lutz foi aprovada em 1º lugar em um concurso público para bióloga do Museu Nacional, caracterizando-se como a segunda brasileira a fazer parte do serviço público no país. Ela trabalhou mais de quatro décadas como pesquisadora em um cenário em que a mulher não tinha tanto reconhecimento na área.

A sua trajetória de luta foi grande. Em 1919 ela e as suas companheiras fundaram a “Liga para Emancipação Intelectual da Mulher”, um grupo destinado a reivindicações de direitos femininos, como voto, participação na vida pública, salários iguais, inclusão nos programas de proteção aos trabalhadores e educação. Bertha Lutz reuniu um grupo forte de mulheres, esforço que culminou no direito feminino ao voto em 1933.

No decorrer dos anos, Bertha Lutz representou as mulheres em assembleias, congressos e eventos ao redor do mundo, como Estados Unidos, Inglaterra, Roma e Alemanha. Além disso, ela fundou ligas e uniões; conheceu mulheres influentes, como Marie Curie, uma das maiores cientistas do mundo; e teve grande participação política, visto que se formou em Direito em 1933, foi eleita suplente de um deputado federal em 1934 e, com o falecimento dele, assumiu o cargo.

Bertha Lutz reivindicou mudanças sobre o trabalho das mulheres e dos menores de idade, igualdade salarial, licença maternidade e redução da jornada de trabalho. Com o fechamento do Congresso Nacional em 1937, ela continuou o trabalho em órgãos públicos até se aposentar em 1965.

Essa importante mulher recebeu várias homenagens e foi titulada Doutora Honoris Causa, visto a sua influência ao redor do mundo.

Desse modo, é relevante apresentar essa produção audiovisual para a turma e, em seguida, propor uma discussão sobre o papel feminino na sociedade e a luta por igualdade. Além disso, os alunos podem responder algumas questões com base no vídeo:

1. Segundo o vídeo, o que significa o termo “sufrágio”?

2. Para Bertha Lutz, como era o cenário brasileiro no início do século XX com relação às mulheres?

3. Por que, para Bertha Lutz, era importante reunir mais mulheres?

4. Como Bertha Lutz ressignificou o termo “lar”?

5. Você acha que, hoje em dia, as mulheres usufruem dos mesmos direitos que os homens?

6. Que atitudes podemos tomar para incentivar e valorizar a participação feminina na sociedade e na política?

As questões podem ser respondidas e discutidas com os alunos dos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental, com base nas competências e habilidades da BNCC nos componentes curriculares Língua Portuguesa, História e Ensino Religioso.