Caro professor, a coleção de vídeos “Mulheres na história” apresenta a biografia de várias mulheres que ganharam notoriedade, então essa é uma ótima oportunidade para abordar vários assuntos nos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental, como o protagonismo feminino no cenário nacional. O episódio “Maria Firmina” apresenta a vida de uma maranhense que nasceu em 1822 e foi a primeira romancista brasileira.
A princípio, sugerimos que você, professor, faça uma contextualização sobre a realidade social e cultural brasileira no século XIX. Confira algumas temáticas fundamentais para elucidar a discussão antes e após a visualização da obra audiovisual:
- Independência do Brasil proclamada por Dom Pedro II (1822);
- Sentimento nacionalista e surgimento do Romantismo brasileiro (movimento artístico e literário);
- Movimentos abolicionistas e promulgação de leis, como: Lei Eusébio de Queiroz, Lei do Ventre Livre, Lei do Sexagenário e Lei Áurea.
Maria Firmina dos Reis foi uma mulher afrodescendente que ficou órfã aos 5 anos de idade e foi acolhida pela tia. A sua inspiração literária deu-se por meio da sua vivência e do contato com referenciais culturais e parentes desse meio.
Logo se formou como professora e foi a primeira mulher maranhense a ser aprovada em um concurso público para o cargo de professora do primário. Um fato marcante da sua vida decorreu dessa aprovação, visto que era um costume da época que homens negros e escravizados carregassem os aprovados nas costas para festejar. Maria Firmina se recusou e esse foi um dos diversos protestos da sua longa trajetória.
Maria Firmina se consagrou como a primeira romancista brasileira e teve uma forte influência na educação. Foi professora, poetisa, contista, cronista e escreveu charadas e ficção. Além disso, ela fundou a primeira escola mista do Maranhão e uma das primeiras do país sem separação por gênero.
As suas obras são carregadas de denúncia social, repúdio à escravidão e luta pela igualdade de gênero. Os escravos eram personagens importantes das suas produções literárias, mas ela não pôde assinar o próprio nome na publicação do seu primeiro romance (Úrsula, 1859), pois essa era uma atitude destinada somente a homens.
A sua última publicação foi o conto “A Escrava” (1887), no qual ela teve uma postura firme para dar voz às mulheres escravizadas, história baseada em fatos reais. Essa ilustre mulher morreu aos 95 anos e teve uma longa trajetória de luta.
A turma pode assistir ao vídeo e, depois, debater sobre dois assuntos pertinentes com base na mediação docente: a mulher como produtora intelectual e cultural no cenário nacional e o combate ao racismo e à desigualdade social.
Além da discussão em grupo, os alunos podem responder as seguintes questões com base no vídeo:
1. A primeira metade do século XIX foi marcada pelo Romantismo – escola literária e artística. Por que, em sua maioria, apenas os escritores homens ganharam reconhecimento?
2. Qual é a importância de conhecer a história de mulheres brasileiras afrodescendentes, como Maria Firmina?
3. O que Maria Firmina pensava sobre a escravidão?
4. Qual era a relação da escrita com Maria Firmina?
5. Por que a escravidão no Brasil é um desrespeito à dignidade humana?
6. Que atitudes podemos tomar para acabar com práticas de racismo nos dias atuais e respeitar a diversidade étnico-racial?
Cabe apontar que essas atividades devem instigar a reflexão até mesmo de alunos dos anos iniciais. Portanto, é importante estudar alguns conteúdos previamente e, se for o caso, responder as questões com a turma.
Com alicerce teórico na BNCC, é possível utilizar esse vídeo e as questões durante as aulas a partir das competências e habilidades nos componentes curriculares Língua Portuguesa, História e Ensino Religioso.